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Carla Selas do Amaral
Escrito por:

Carla Selas do Amaral Arte Psicoterapeuta; Colaboradora do Banco do Bebé

Os benefícios da arte no desenvolvimento infantil

Quero pintar como uma criança!

Pablo Picasso viveu a sua vida a tentar pintar como uma criança. Aos quatro anos de idade, Picasso pintava como um adulto e mais tarde o seu grande desafio foi aprender a pintar como uma criança, a desconstruir e simplificar aquilo que o nosso crescimento tende em complicar e censurar.

Picasso ao observar desenhos de crianças, descobriu que a criatividade real é aquela que é feita no momento de inspiração. A criação livre e real é feita de uma forma espontânea, resultando do impulso natural humano de expressar a sua perceção interna (ainda que em construção na infância). Sendo assim, esta criação real deve ser livre de retoques ou aperfeiçoamento capazes de destruir a sua autenticidade, mantendo assim a pureza semelhante à pureza descrita pelo olhar de uma criança.

O mundo plástico da criança é estruturalmente diferente do do adulto e surge como manifestação natural do universo infantil. A criança revela-se através daquilo que cria nos seus desenhos, pinturas e objetos e deve ser por isso ser compreendida com seriedade e coerência. O rabiscar de uma criança deve ser observado cautelosamente, sem falsas apreciações ou exageradas manifestações de agrado bem como sem manifestações de deceção ou indiferença por parte do adulto.

É por isso importante termos presente que cada rabisco infantil descreve uma história e contém um contexto muito próprio. Através da arte, a criança comunica a sua interpretação da realidade e o seu estado emocional, mostrando como o mundo o afeta, tanto de forma positiva como de forma negativa. O desenho de uma criança é sobretudo a demonstração de que todo o ser humano está predisposto para criar, não devendo isso ser-nos negado mas sim estimulado e proporcionado desde a nossa infância.

O desenho de uma criança tem valores e leis particulares e características próprias segundo as suas fases de evolução.

Os desenhos entre os 15 e os 18 meses de idade

Entre os 15 e 18 meses de idade (aproximadamente) a criança inicia a sua atividade gráfica, rabiscando espontaneamente com o que encontra (lápis, giz, caneta de feltro, esferográfica) sobre qualquer superfície lisa ou áspera como o papel, o chão, parede ou tampo da mesa.

Os desenhos entre os 18 meses e os 2 anos e meio

A criança até aos 2 anos e meio, traça rabiscos causados pelos seus impulsos naturais e segundo as suas possibilidades psico-motoras. Surge a garatuja, resultado da amplitude expressa no traço e da força com que é imprimida. No vigor e na carga temperamental durante o rabisco podem ser observadas, através da expressão gráfica, as caraterísticas de uma personalidade em formação.

Os desenhos com 3 anos de idade

Mais tarde, por volta dos 3 anos, a criança imita a escrita do adulto, fazendo traços horizontais, oscilantes e em ziguezague. Pinta amontoados de cor sem se preocupar com a relação cromática mas sim movida pelo prazer de mexer, sentir a tinta nas mãos e praticando amplos movimentos com os braços e antebraços.

É importante escolher atividades que se adaptem à idade da criança, para que haja sempre prazer e superação. No entanto, quando executamos uma atividade, surge a falha e o experimentar, inerentes ao processo natural de aprendizagem a que a criança é exposta. Neste processo, a criança desenvolve ferramentas emocionais tão importantes como a resiliência, a paciência e o autocontrolo. As artes plásticas incluem determinação e encorajamento para fazer melhor – assumindo um papel importantíssimo na construçãoda autoestima e confiança dos mais pequenos.

Falamos assim de alguns dos benefícios das artes plásticas no desenvolvimento da criança. Para alem da construção da autoestima atrás referido, podemos também destacar a consciência corporal e coordenação motora que motiva o fazer artístico.

Através do tato e da manipulação de objetos a criança descobre o mundo, interpreta o que a rodeia e estimula a curiosidade. O desenho, a pintura e os trabalhos manuais são um excelente impulsionador do desenvolvimento motor, fomentando a destreza dos dedos e a coordenação entre o olhar e o movimento das mãos. É assim naturalmente desenvolvido a consciência de si próprio, bem como a noção do corpo em todas as ações e atividades.

É também de referir que na expressão artística está implícita a imaginação. A criança ao estimular a sua imaginação, desenvolve desde cedo a sua capacidade de observar o mundo para além do óbvio, de pensar fora dos padrões convencionais e de elaborar alternativas aos seus problemas, ferramentas tão importantes no seu desenvolvimento intelectual.

Todas as crianças têm um interesse natural pela arte e por comunicá-la de forma livre e espontânea. Assim, quando a criança rabisca está a desenvolver habilidades que vão contribuir mais tarde para a sua aprendizagem. Por isso, é importante oferecer os mais diversos materiais, com diferentes cores e texturas para que a criança possa criar, expressar e compreender-se como ser humano.

Não pretendemos criar pequenos “Picassos”, mas sim crianças que crescem saudáveis, criativas, com facilidade de expressão das emoções e capacidade de comunicação. Como Pablo Picasso referiu: “Toda a criança é um artista. O problema é como manter-se artista depois de crescido”.

Cabe a nós adultos ajudá-la neste crescimento e deixá-la pintar como uma criança, sem críticas ou indiferença. Apenas com a pureza do seu olhar!

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