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Joana Nunes
Escrito por:

Joana Nunes Pediatria Médica, membro da Sociedade Portuguesa de Pediatria

Cuidados a ter com a pele do bebé

Alterações cutâneas são comuns no recém-nascido, pelo que é importante falar sobre as mesmas, desmistificar dúvidas e facilitar o reconhecimento destes problemas de pele no bebé, por parte dos pais.

A pele constitui um órgão com importância fundamental para o ser humano. Esta é capaz de criar uma barreira protetora, evitando a perda de fluidos e eletrólitos, enquanto promove a proteção mecânica, imune e de regulação da temperatura.

Dado o comum surgimento de alterações cutâneas no bebé, pretendemos de seguida fazer uma pequena revisão de algumas delas, com vista a esclarecer algumas das dúvidas apresentadas pelos pais e cuidadores.

A pele de bebé recém-nascido

O recém-nascido pode apresentar múltiplas alterações cutâneas, algumas delas com caráter fisiológico e transitório. No entanto, podem também constituir um sinal de possíveis alterações genéticas ou do desenvolvimento subjacente. De seguida, faremos a revisão de algumas das alterações benignas mais frequentes. No entanto, não te esqueças que, caso tenhas alguma dúvida, é fundamental discutir a situação com o médico assistente.

Mília

A mília caracteriza-se pela presença de pequenas lesões elevadas e de coloração esbranquiçada localizadas, predominantemente, ao nível do nariz e bochechas do recém-nascido. Estas devem-se à retenção de material sebáceo e queratina ao nível dos folículos pilosos. Esta apresenta um caráter benigno, desaparecendo em poucas semanas e não tendo qualquer importância para o bebé.

Miliária

A miliária constitui uma alteração de pele comum. Possui um caráter transitório, devendo-se ao bloqueio do ducto sudoríparo. Existem três tipos principais, de acordo com o local ao nível da pele onde existe este bloqueio: a miliária cristalina, a rubra e a profunda. Os bebés recém-nascidos são particularmente suscetíveis aos dois primeiros tipos. O calor e a humidade apresentam-se como fatores potenciadores para o seu desenvolvimento, pelo que se deve evitar o sobreaquecimento destas crianças.

  1. Miliária cristalina

Comummente conhecida por “sudamina”, sendo muito frequente a sua presença nos recém-nascidos. Caracteriza-se pela presença de pequenas lesões cutâneas elevadas (1-2mm de tamanho), com presença de líquido no seu interior, fazendo lembrar pequenas “gotas de água”. Estas podem coalescer e/ou romper, sem que isso traga grandes problemas para o seu bebé. Perante as condições ambientais favorecedoras, estas surgem em dias a semanas, desaparecendo de forma espontânea num período de horas a dias, podendo provocar

descamação superficial da pele. No bebé, os locais mais frequentemente afetados são a cabeça, o pescoço e a zona superior do tronco.

2. Miliária rubra

Caracteriza-se pela presença de pequenas lesões cutâneas elevadas, de tonalidade e base avermelhada, podendo ou não conter líquido no seu interior, e associar-se, por vezes, a comichão. Nos bebés, a localização mais comum é ao nível das pregas do pescoço, axilas e virilhas. Geralmente, não trazem problemas para os bebés, mas estas lesões podem inflamar ou, secundariamente, ficar infetadas, podendo precisar de tratamento com corticoide ou antibiótico, sempre orientado pelo médico assistente do bebé.

3. Miliária profunda

Geralmente, desenvolve-se após episódios repetidos de miliária rubra, sendo menos comum nos bebés.

Eritema tóxico

O eritema tóxico caracteriza-se pela presença de manchas com uma base de tom avermelhada, com uma pequena elevação central de coloração esbranquiçada/amarelada. Estas apresentam uma localização difusa, ocorrendo mais frequentemente no corpo em comparação com a face, e surgem, habitualmente nos primeiros três dias de vida. O seu desaparecimento ocorre de forma espontânea, de forma geral num período de cinco a sete dias.

Mancha mongólica (melanocitose dérmica congénita)

A mancha mongólica caracteriza-se pela presença de uma mancha cutânea plana, com limites mal definidos e cuja cor pode variar entre a tonalidade azul-violáceo a castanho. Tipicamente localizam-se na região das nádegas, sacrococcígea ou região do dorso, mas podem apresentar outras localizações. Geralmente, com o passar do tempo tornam-se menos evidentes, desaparecendo espontaneamente ao longo da primeira década de vida.

O meu bebé tem pele atópica. E agora?

A dermatite atópica, tipicamente conhecida por pele atópica, constitui uma doença inflamatória e crónica de pele. A sua causa ainda não está totalmente esclarecida, mas pensa-se que desregulações ao nível do sistema imunitário conjugado, com alterações ao nível da função de barreira da pele, contribuam para o seu desenvolvimento.

No entanto, é já conhecido que a presença de história familiar de atopia, isto é, de asma, pele atópica ou rinite alérgica aumentam o risco de desenvolvimento de dermatite atópica. Além disso, estas crianças parecem ter uma sensibilidade cutânea aumentada a determinados fatores ambientais, tais como a exposição a agentes irritantes, poluição, humidade, determinados alimentos, infeções e stress.

Ao longo do tempo, as manifestações de pele atópica vão variando, sendo influenciadas pela idade da criança e pela própria atividade da doença. No entanto, a comichão e a presença de pele seca são as manifestações mais comuns.

Em bebés e crianças pequenas, a pele atópica apresenta-se sob a forma de lesões de pele seca, descamativas, de coloração avermelhada, algumas delas com crostas ou conteúdo líquido associados. Os locais mais frequentemente afetados são a região do couro cabeludo, bochechas e membros, podendo afetar qualquer zona. Geralmente, a região da fralda é poupada.

Tratamento

O tratamento passa pelo controlo dos sintomas, sendo a sua pedra basilar a manutenção de uma boa hidratação cutânea. Desta forma, o uso frequente de cremes e emolientes adequados ao este tipo de pele torna-se fundamental, devendo os mesmos ser aplicados pelo menos duas vezes por dia, sendo a sua aplicação após o banho obrigatória. Estes não devem conter perfumes, nem parabenos.

Durante o banho, deverá ser utilizada água morna, recorrendo novamente ao uso de produtos de higiene da criança adequados. Idealmente, deverá optar-se por produtos que não possuam detergentes e que façam pouca espuma. O sobreaquecimento cutâneo deverá também ser evitado, optando-se pelo uso de roupa fresca, de algodão ou linho e evitando o uso de tecidos sintéticos. Os produtos de lavagem de roupa sem perfume deverão ser os escolhidos. Para controlo da comichão, o teu bebé poderá ser medicado com anti-histamínicos. Em situações de agravamento da doença, o médico assistente poderá recorrer ao uso de corticoides tópicos durante um curto período (salvo indicação médica em contrário). Em casos mais graves, o especialista de saúde poderá ainda recorrer a outro tipo de terapêuticas, mas não te esqueças que o tratamento deverá ser sempre orientado por um médico com experiência no tratamento destes pacientes.

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