Como saber se uma criança precisa de terapia da fala
Cada vez mais famílias conhecem o mundo da Terapia da Fala. A verdade é que a profissão tem crescido devido a todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais, na área da saúde e junto da área educativa.
Muitas das crianças que chegam à Terapia da Fala são encaminhadas por pediatras, otorrinolaringologistas, ortodontistas, educadores de infância ou professores e, também, pela preocupação e a informação que os pais vão recorrendo.
Quando levar a criança à terapia da fala?
Não existe uma idade definida para uma avaliação em Terapia da Fala, uma vez que tem um papel fundamental para o desenvolvimento harmonioso do bebé e da criança.
No que toca a bebés, o Terapeuta da Fala presta cuidados na área da alimentação, respiração e comunicação do recém-nascido com os pais. Já nas crianças em idade pré-escolar, presta apoio a crianças que possam apresentar dificuldades de linguagem, de fala, de fluência (gaguez), vocais, de comunicação ou mesmo dificuldades de leitura e escrita.
O desenvolvimento infantil não é estanque e nem sempre as crianças cumprem os padrões de crescimento comuns. É por isso que é importante ir fazendo avaliações para perceber se existem problemas e, se sim, como se pode combatê-los cedo.
O que é uma anamnese?
O primeiro passo na Terapia da Fala é uma avaliação chamada anamnese. Parece um nome complicado, mas na realidade, é só uma entrevista aos pais/cuidadores, para conhecer todo o percurso de desenvolvimento do bebé ou criança.
As informações dadas nesta entrevista são bastante importantes para se conseguir fazer um diagnóstico e uma avaliação padronizada de acordo com a idade da criança (se está dentro dos padrões de desenvolvimento e que tipo de exercícios serão necessários). Nesta entrevista, o Terapeuta também consegue perceber se será necessário fazer avaliação noutra área como, por exemplo: terapia ocupacional, psicomotricidade, otorrinolaringologia, etc…
A que sinais devo estar atenta/o para saber se o meu filho/a precisa de terapia da fala?
Uma das grandes questões dos pais é perceber como podem estimular a linguagem das crianças. O mais importante é entender que deve ser um processo simples, divertido, centrado em brincadeira e espontâneo. Seguir os interesses da criança será sempre um bom preditor para o sucesso da estimulação. Sugestões como: livros de histórias, brincadeiras de faz de conta, plasticina, legos, criar histórias com objetos no banho ou criar diálogos com fantoches, potenciam a linguagem dos mais pequenos.
Ainda assim, é importante estar atento de forma constante ao desenvolvimento e aos sinais de alerta que podem surgir. Não sabes quais são? Nós ajudamos:
- até aos 12 meses de idade: não reage a sons, não emite sons, não aponta, não imita, vocaliza pouco;
- dos 12 aos 18 meses de idade: não repete, não produz palavras, compreende poucas palavras ou frases;
- dos 18 aos 24 meses de idade: apresenta pouco vocabulário, não responde a ordens simples, não faz pedidos, mostra retrocesso da linguagem;
- dos 2 aos 3 anos de idade: não faz perguntas, não constrói frases com mais de 2 palavras;
- dos 3 aos 4 anos de idade: compreensão frágil, não cumpre ordens com duas 2 instruções, não responde, não faz perguntas, utiliza frases simples e curtas, discurso pouco percetível;
- dos 4 aos 5 anos de idade: omite e/ou troca sons nas palavras, dificuldade em contar histórias, dificuldade em recontar o dia a dia;
- dos 5 aos 6 anos de idade: não utiliza frases complexas, possui um discurso desorganizado, não é capaz de responder corretamente às perguntas;
- idade escolar: troca de letras, dificuldade em ler, dificuldade em escrever, não é capaz de interpretar textos.
O mais importante é não esquecer que a avaliação e intervenção, se necessária, deverá ser o mais precoce possível, de forma a não agravar as dificuldades já sentidas.
A família é um pilar importante e fundamental para o sucesso da evolução da criança, sendo essencial o seu apoio em casa.
No caso de surgir alguma questão estejam totalmente à vontade para me contactar! Os contactos estão no meu perfil de autora, aqui.
