Dra. Cegonha

Lavagem nasal com seringa: sim ou não?

Escrito por:

Susana Wilton Osteopata Pediátrica

Lavagem nasal com seringa: sim ou não?

A lavagem nasal é bastante importante para evitar narizes entupidos que, por sua vez, podem levar a dores de cabeça, manutenção de sintomas de constipação, dificuldade em dormir e irritabilidade. 

Existem vários métodos como o soro fisiológico, o aspirador, a garrafa de irrigação ou mesmo a seringa. Mas será que fazem todos o mesmo efeito?

Será que a lavagem nasal com seringa em bebés faz mal?

Sabemos que a lavagem com soro fisiológico nos bebés/ crianças com infeções respiratórias mais complicadas, com sinusite ou rinite ou mesmo com otites, contribui para uma recuperação mais rápida (aliadas à medicação necessária, claro!).

A lavagem nasal é benéfica sim, mas será que sabemos qual a pressão a que devemos enviar o soro para a nasofaringe?

Todas as pessoas são diferentes: algumas têm mais confiança em utilizar a seringa do que outras, outras têm mais força e, por vezes, o bebé/criança pode não querer colaborar. Isto faz com que todos os jatos disparados pela seringa tenham pressões diferentes.

Por isto, a opinião de muitos médicos pediatras, odontopediatras e otorrinolaringologistas, é a de que as lavagens nasais com seringa não são comprovadamente seguras.

Quais os riscos da lavagem nasal com seringa?

A nasofaringe e o recesso faríngeo (por onde entra o jato da seringa) estão ligados à Tuba Auditiva que, nos bebés e crianças, é mais curta que nos adultos existindo o risco do jato de soro (que já vai com as secreções) passar para o ouvido médio. Deste modo, invés de estarmos a lavar o nariz do bebé, estamos a enviar microrganismos patogénicos para o ouvido médio, podendo estar a contribuir para infeções como a otite bacteriana

Qual a melhor forma de lavagem nasal para bebés e crianças?

De forma a ser possível controlar de melhor forma a pressão do jato do soro, considero mais segura (pelo menos até que surjam mais estudos cientificamente robustos e tecnicamente consistentes) a utilização das ampolas de soro fisiológico já que, totalmente espremidas, não permitem a mesma velocidade e pressão que a seringa permite. 

Independentemente do método escolhido, o nosso bebé/criança deve estar semi-sentado ou mesmo sentado durante a lavagem nasal, diminuindo assim o risco de deslocação da secreção para o ouvido médio.

A lavagem deve ser feita, isso não há dúvida. O que deve ser adaptado é o método utilizado para que seja o mais adequado possível à idade do bebé/criança.